Em 2015, estive num evento sobre Análise Econômica do Direito. No meu Grupo de Trabalho éramos eu, um professor francês, dois estudantes peruanos e um outro aluno da graduação, também brasileiro.
Todos expuseram suas pesquisas e chegou a vez do bravo colega tupiniquim: ele aplicou brilhantemente uma teoria sociológica estruturante a um fenômeno econômico de ordem concorrencial. Após trinta minutos de perfeita apresentação ele resumiu: confesso que neste ponto não sei que solução oferecer ao problema central.
Notei um ar de julgamento misturado com um leve riso de vaidade dos demais integrantes, mas naquele seminário aquela foi a exposição mais honesta que ouvi.
Ninguém é obrigado a fornecer soluções o tempo todo para uma realidade tão complexa. Em muitas vezes você vai apenas precisar agir sem o tempo hábil para pensar.
Mas, em muitas outras vezes é necessário parar e pôr freios nessa exigência maluca de ser bom sempre.
Assumir que não sabe, que apenas chegou na problemática é um ato nobre nesse mundo que (quase) todos têm opiniões sobre (quase) tudo.
Talvez, em certas áreas da vida da gente, nós não precisemos de respostas, mas sim de criar questionamentos. Quem assim faz é porque consegue olhar para si mais do que para os outros . Isto evidencia bom senso e nunca vi gente sensata sendo responsabilizado por atos absurdos.
Você tem o direito de assumir que não sabe, mas não tem o direito de querer respostas prontas. Afinal, como diz a música “sonho de uma flauta” de @oteatromagico: “Descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais!”.
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