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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Liberdade

Não seja escravo da felicidade
Quem isto defende nega a realidade
Há vida no fracasso
E cura no abraço
Pra beleza é elevado o padrão
Logo nasce a desidentificação
Ao sucesso se faz um altar
À pressão se credita o abaular
Troque o 10 do sonho alheio
Pelo seu 7 sem bloqueio
Mais leveza, menos Alteza
Livre-se de ser seu capataz
E do alto ganhe PAZ!

Humberto Lucena, 2018

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Trégua

Trintei.
Tive temores
Três: tumores, taquicardia, timidez, talvez
Tramei teatralidades!
Tomei taurina
Trabalhei tanto, terceirizei...
Topei trilhar tuas tardes típicas: tragédia!
Tempos tardios te trouxeram
Triunfaram tuas teses
Todas triviais, transgressoras, traiçoeiras
Todavia, transcenderei
Terei tranquilidade
Tchau, tremores!

(H.L, 2018)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Akro

Tinha tons típicos
Hospedava um amor quase cívico
Apreciava falar rindo
Impressionava pelo amor felino
Sem forçar, deixava respirar

Fez o que podia, dia a dia
Era uma fera ferida
Relutava em se entregar
Nas linhas de sua história
Amores, tristezas, euforia, vitórias
Não sabia não ser, recusava ceder
Deixou bordões
Emitiu opiniões
Sobrou o nó, só, que dor, que dó!

(H.L, 2017)

terça-feira, 4 de julho de 2017

(In)verso

A chuva do meio-dia
Estancou a agonia 
Pressentia calado 
Sensações do passado
Os olhos sentiam sabor
A boca captava odor
Aos ouvidos chegava o frio
Seu nariz, só arrepio!
As mãos enxergavam verdades
Incompleto, inquieto, repleto de metades 
Percebeu que, às vezes, tudo sai do lugar
Para o simples se poder valorizar!

H.L, 2017

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Que...

Que a culpa não ocupe 
A mente dos dez culpados
Pela graça, de graça
Das desgraças foram desculpados
Que o afeto afete
O coração dos afetados
Que se sorria
Só ria!
Que você se derrame
Se (não) der, ame!
A mil, a cem, sempre, 
Ah, sim! Assim!

(H.L, 2017)

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Amicus

Seu corpo a traía
A boca dizia não
O olhar a desmentia
Insistia em afirmar o desapego
Por puro desespero
As pernas impacientes
Denunciavam um disfarce reluzente
Perdera-se no outro, encontrou-se consigo
Mas não era só amigo?
É que nunca beijara um inimigo!

H.L, 2017

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Os olhos


Aquele olhar desconectado
Parecia desalmado
Perdia-se na linha do além 
Reclamava um resgate
Alguém que fizesse bem
Exausto do atalho visual
Surpreendeu-se com a alegria banal
Sentiu-se importante 
Repousou, ali, seu semblante.

(H.L, 2017)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O tesouro


A doçura dos elogios imagéticos
Engana o coração até dos mais céticos
Vende uma imagem irreal
De uma superficialidade colossal
Ignora o que importa, despreza a admiração
Demonstra o vazio, ilude o coração
O passo da beleza
Afaga o ego, mas só traz tristeza
O amor se fixa no duradouro
E se apega no verdadeiro louro
Que é a história por nós construída:
O único tesouro dessa vida!

Humberto Lucena

sábado, 30 de janeiro de 2016

Síncopes salgadas


Surras sentimentais 
Solapavam seus sonhos
Soaram sussurros, soluços, 
Selecionou sementes
Somente! Suficiente!
Sabia ser solta, sagaz, singela
Sinopticanente simples
Somava sabedoria
Subtraía silêncios 
Sossegadamente
Surrupiou sonos 
Sumiu sem sinal
Saldo: saudades!

Humberto Lucena, 2016.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cálidas

Sentia os dias escapando por entre os dedos
Já não sabia o que fazer com tanto medo
O enfado lhe conferira a sensação de séculos em breves dias
Duvidava se o que sentira eram verdades ou falsas alegrias
Os pés trêmulos anunciavam estradas espinhosas
Com o rastro de sangue em terras porosas
Calou-se pelo desejo das sentimentalidades
E sussurrou aos ouvidos da alma as vaidades
Sob o véu dos amores não amados
Decidira inaugurar os templos dos tempos reformados
Com as curvas da razão e da silhueta
Saudava o amor e sua ampulheta!

Humberto Lucena, 2015.




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

De ponta a ponta...

Tem gente que acredita em sorte
Acha que destino tem recorte
Garantia, nessa vida, só pra morte
Quando se trata de amar
Nem adianta querer planejar
Se ainda não deu certo
Não se avexe, fique esperto,
Controle a ansiedade
E invista na bondade
Quando você menos se der conta
Estará sorrindo de ponta a ponta!

(Humberto Lucena, 2015)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Misériacórdia

Acompanhe comigo a linha de raciocínio
E isso não é criação minha, 
É a voz do tirocínio
Um bicho que pra fazer o bem 
Toma o que você tem
Que em nome da justiça e igualdade 
Violenta a liberdade
E pratica toda sorte de maldade
Diz que todo mundo tem direito, 
E desconhece que o recurso é estreito
Maltrata sua gente com gosto, 
Aumenta tudo, até o imposto
Ainda ri da nossa cara, sem eira nem beira
De segunda a sexta-feira
Deus me defenda dessa gente politiqueira 
De espírito ruim e alma rampeira
Já pensou se trabalham sábado e domingo?
Do nosso bolso não sobraria um pingo!

(Humberto Lucena, 2015)




domingo, 13 de setembro de 2015

100 sentido(s)

Seu olhar sorria
E o sorriso era tocante
O que fazer diante de um olhar que toca sorrindo?
Devolveu-lhe a gentileza com um carinho sonoro
Daqueles que invadem a alma
e perfumam as estruturas da desilusão
Provaram todos os sentidos com uma única razão:
Dar sentido ao que já, há muito, não sentiam...

(Humberto Lucena, 2015)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vivo

Viver sem ter
Morrer sem viver
Ter sem viver
Até do simples esquecer
O fim é sempre o mesmo
O segundo que nos faz perecer
E o tribunal da vida,
Que julga a mim e a você

Humberto Lucena

sábado, 25 de julho de 2015

Virtual

(Virtual, H.L, 2015)

Aqui tudo é belo, bom e amável
Nas linhas da telinha a vida é irretocável
O ignorante vira doutor,
De nutrição a criminologia só tem entendedor
Uma satisfação sempre a dar
A quem nunca fez questão de escutar
É tanta boa vontade
Que faz até medo tanta santidade
Levar a vida em banda larga
E esquecer que existir tem sua carga
A verdade se estreita,
A modinha não poupa quem a rejeita
Gente e problema real
Que não fecha os olhos para o mal
Anda em falta no mundo virtual



sábado, 18 de julho de 2015

Oração

Que a gentileza não soe estranheza 
Que o amor não se confunda com dor 
Que a verdade denuncie a felicidade
Que ser divertido não seja ser maligno
Que dois seja melhor que três 
Que eu seja menos que vocês!

(Humberto Lucena, 2015)

sábado, 4 de julho de 2015

Livres?

Numa história de par
Não queira no outro mandar
Amor não se prende feito bicho
Dá pra entender isso?
O tal do ciumento 
Acaba qualquer relacionamento
Deixe de tratar como propriedade
E tenha a experiência da liberdade
Troque a posse pelo zelo
E nem precisa dar aquele gelo
Pois quem é livre de verdade
E amante da felicidade
Uma certeza lhe martela
Só presta ser assim do lado dela

Humberto Lucena

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Três palavras

De três palavras eu gosto sempre de lembrar
De vez em quando, de quando em vez
Carinho, amor e sensatez
Que nunca falta nenhuma delas
Nem que o aperreio esteja pela goela
E o sangue dê no meio da canela!

Carinho mesmo rude o caminho
Amor ainda que o ódio traga rancor
Sensatez, nem que conte 1, 2, 3!

Leva e traz,
Só de notícia que traga paz!
O rastro da fofoca
Mande pra casa da taboca

Atraia o bem
Sorria e cheire gostoso
Assim, feito xerém
E se for pra se afogar
Que seja no mar do amor
Sem chance de se salvar!


sábado, 9 de maio de 2015

De frente pra trás...


Quando eu tinha 16 anos
Branco e magro feito frango 
Vim lá da Rainha da Borborema 
Sem dinheiro pra comprar um Cibalena
Mas no estudo eu me agarrei 
E pra mim mesmo jurei
Que toda a oportunidade 
Surgida na nova cidade
Não iria me fazer um homem superior 
Mas cidadão de bem e lutador 
Que não esquece de onde veio
E mesmo com todo aperreio
Escolheu da batalha não fugir 
E num é que hoje eu 'tô' aqui?!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Um versinho...

Rapidinho faço um versinho
Só pra mostrar o tamanho do carinho 
Sem pedágio, sem salário, cantando feito canário 
Nas rodovias do coração vou me aventurar
Que uma hora o amor vai me encontrar!

(H.L, 2015)