quarta-feira, 23 de junho de 2010

Suélen

Suélen era feliz.

Suélen era casada com Renato e mãe do elétrico Túlio, de quatro anos.

Suélen era acordada todas as manhãs com o sol invadindo seu quarto e o nariz de Túlio deslizando sobre suas bochechas.

Suélen acordava e Túlio e Renato gritavam: “Bom dia flor do dia!”

Suélen decidiu viajar; Renato não queria ir.

Suélen e família entraram na BR-232 às 05:00h, mas havia um cavalo no meio do caminho.

Suélen só teve tempo para gritar “FREIA!”.

Suélen sobreviveu; Túlio e Renato não.

Suélen, durante dez anos, só conseguiu dormir à tarde. Quando acordava era noite e o sol não estava lá. O sol lembrava Túlio e Renato.

Suélen um dia presenciou um eclipse e viu que dia e noite poderiam conviver a qualquer tempo.

Suélen adormeceu. Suélen acordou. O sol estava lá; Túlio e Renato não; ela sim.

Suélen acordou.

Suélen...

LUCENA FILHO

5 comentários:

Viviane disse...

Confesso que senti uma angústia dentro de mim. Que triste...

Anônimo disse...

É assim que é.
Dia e noite convivem na vida.
Suélen conseguiu perceber isso depois de um tempo, assim como uma certa Carla que pensava que o Sol vivia sozinho.
Como diz O Teatro Mágico: "É a beleza da contradição!"

Com o Pai durante a noite pra iluminar o nosso caminho, e com o Pai durante o dia pra celebrarmos a luz: assim é a vida.

Beijos!
ps: parabéns pelo mestrado! :)

ps²:Viviiii, saudades amiga! :)

Barbara Góes disse...

Profundo...

E o mais triste é que acontece!

Geórgia disse...

Eu pensei que quem fazia filosofia era Lauro...

Por acaso vc deu outra camisa pra ele, amigo?
kkkkkkkk

Parabéeeeeeens, amigo.
Beijos

Eleandro disse...

credo que depressivo!!!

cortei meus pulsos ...

devo morrer em algumas horas.

essas foram minhas últimas palavras escritas....