domingo, 22 de novembro de 2009

Ego

O dia era esperado.
O público atento aos atos vindouros silente permanecia
A juíza, inflexível e dogmática,
Aproximou-se e proferiu a declaração de culpa:
Egoísta, petulante, bitolado, arrogante, dissimulado,
Orgulhoso, intolerante, exigente,
(Ir) racional, medíocre, insensível, crítico.

A pena era de morte e imediata.

O algoz manteve-se em pé.
Inerte, sério, olhar linear e com punhos cerrados;
O condenado, ah o condenado!
Ajoelhado, trêmulo, impotente e sem vida antes de partir.
Era o início do seu fim
O fim do que nunca começara.

Encarou a morte calado
Esta, quedou-se sentada,
Despreocupada e sorridente,
Que num tom doce sussurou-lhe:
Hoje é a morte, a morte do teu ego.

LUCENA FILHO

2 comentários:

Eleandro disse...

Muito legal!!! mesmo!!
gostei da poesia

Ilma Cândido disse...

E parece que morreu mesmo hein? rs